quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Resenha: Circo da Noite - Erin Morgenstern

Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar.Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá.À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam.Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.

Avaliação: ☻☻☻☻☺ (4/5)               368 Paginas                Intrínseca 

Sabe aquele ditado que eu cito quando um livro me decepciona? “Nunca julgue o livro pela capa”… pois bem, nesse caso você pode fazer isso, pois a capa é linda e magica e o livro também.

O grande mágico Prospero descobre que tem uma filha com talento natural para a mágica, e faz um desafio com Alexander – outro magico – de que sua filha ganharia do pupilo dele. Após anos de treinamento, um grupo de pessoas têm a ideia de um circo diferente, que abre somente ao por do Sol e fecha ao amanhecer, um circo sem palhaços, com varias tendas, uma mais impossível que a outra, e cheiro de caramelo no ar. Le Cirque des Rêves – O Circo dos Sonhos que será o palco dessa disputa que pode ser bastante perigosa, tanto para as pessoas que lá estão quanto para o coração dos competidores.


Abre ao anoitecer e fecha ao amanhecer.


Enquanto eu fazia a leitura desse livro senti o cheiro do caramelo do circo, e pra mim agora a magia tem cheiro disso. O Circo da Noite é pura magia, o que se faz lá é magia disfarçada de ilusão. E é isso que as pessoas devem esperar do livro quando vão lê-lo, não romance como varias pessoas que eu conheço fizeram e acabaram se decepcionando.

O romance está presente neste livro, mas não desse jeito que vocês esperam, ele está presente em doses muito pequenas, tanto que na primeira metade do livro ele nem existe ainda. Ele se desenrola de um jeito que se você estiver lendo por esse motivo irá pensar “só isso?” e vai ganhando mais espaço somente no final.

Eu estou louca para visitar esse circo, olhar aquelas tendas que me deixaram de boca aberta, ver a apresentação da Celia – a filha do Próspero, comer uma daquelas pipocas com caramelo, tomar uma sidra, fazer um desejo naquela arvore, conhecer os gêmeos, usar um daqueles cachecóis vermelhos, admirar o preto e branco, e etc. Durante toda a leitura ela teve esse ar de caramelo, magia e noite, me deixando com um ar de felicidade, e louca para visita-lo, pena que ele não existe.


As pessoa veem o que querem ver. E, na maioria das vezes, o que dizem para
elas verem.


Os personagens principais são os competidores – Célia e Marcus – mas os secundários também ganham destaque, como os gêmeos. Ao ler esse livro, para não se perder, você deve estar atento as datas no inicio dos capítulos, pois o livro se passa em 3 diferentes períodos e para melhor compreender a história deve se ter uma noção de quanto tempo se passou entre um e outro acontecimento.

Um desses tempos tem a nossa visão, sim, é em segunda pessoa (?) nós estamos lá, são os nossos olhos, e foi essa perspectiva que me fez chamar a Erin Morgenstern de gênio – a primeira coisa que eu prestei atenção (depois da capa) foi o sobrenome dela… Clary, é você?

A narração da Erin é meio lenta no inicio, e eu acredito que isso seja proposital para criar uma atmosfera de mistério e magia, que mesmo após a leitura ganhar um ritmo melhor não se perde.


O amor é frágil e passageiro. Raramente fornece uma base sólida
para se tomar decisões, em qualquer jogo.


Algo que é obrigatório comentar sobre esse livro é a capa, eu achei ela linda, perfeita, acho que é a capa mais bonita da minha “estante”. A capa deu o ponta pé inicial para imaginarmos  - e nos guiar na direção certa - a atmosfera do livro.

O final não me agradou tanto, mas foi bem pensado, combina perfeitamente com a história e apesar de não ter gostado muito dele, não o odiei também… bem longe disso, na verdade. Outra coisa que eu gostei bastante foi como tudo se encaixou no final.

Essa não é uma leitura que todas as pessoas irão apreciar, ou entender. Recomendo esse livro para quem leu O Oceano no Fim do Caminho e quer algo parecido com isso novamente, só que um pouco menos infantil.


Bem e mal são muito mais complexos do que uma
princesa e um dragão, ou do que um lobo e uma garotinha
de capuz vermelho.


Ps: Eu raramente penso isso ao final de um livro, mas esse precisa ter um filme… Imaginem só a arte desse filme? A fotografia seria linda!

- Kah.

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