sábado, 21 de junho de 2014

Na Tela: A Culpa é das Estrelas

Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

Avaliação: ☻☻☻☻☻(5/5)       Josh Boone       125 min

E então eu finalmente assisti A Culpa é das Estrelas, depois de muita espera e ansiedade ele chegou ao cinema levando todos os presentes a suspiros, risadas e choros - estes dois últimos, foram estéricos em alguns casos... muitos casos.

Vocês devem estar pensando "Aposto que você chorou, mas não vai admitir isso aqui". Pois é, eu até pensei em fazer isso, fazer uma "critica" não falando muito do que aconteceu comigo, só do filme, uma critica "profissional" que exige o critico ser um osso duro de roer que nem derrama uma lágrima, mas eu desisti, vi que pra mim não tem essa de que critico é durão e não se emociona, então estou aqui para assumir de peito aberto: Sim, eu chorei, e só não chorei mais porque tinham duas criaturas do meu lado que não calavam a boca. Também não pensem que eu fui uma daquelas que saiu soluçando do cinema, porque eu não fui e, graças a boa genética da minha mãe, não fiquei com a cara vermelha.



O filme começa com uma cena que não tem no livro, que foi ideia do diretor colocar lá, mas que acabou dando super certo e deixando o filme um pouco mais sério no inicio. Essa foi uma das maiores diferenças do livro para o filme. Claro houve algumas coisas omitidas, mas elas acabaram por não influenciar em nada no filme. Porém o que mais chama atenção é o fato de tudo estar lá nos mínimos detalhes, o que não foi omitido está mais fiel do que nunca, está exatamente como imaginamos: Posters, livro, cânula, a delicadeza da história, a leveza do John Green e etc. Isso possibilita ao publico as mesmas sensações que o livro proporcionou, e o maior acerto desse diretor foi continuar tratando o câncer de forma honesta, sem apelar para as partes mais obscuras para fazer as pessoas irem as lágrimas, o dreno que retira a água dos pulmões da Hazel não é nem mostrado, o tubo de alimentação do Gus é mostrado bem rápido. O filme não precisa desses artifícios, porque ele não choca as pessoas para levar as lágrimas, ele emociona.

Como no livro, esse filme continua com a sua alma divertida, engraçada, ele trata de um tema tabu e serio, de uma maneira leve e verdadeira. Ou vocês acham que pacientes com câncer vivem só no tratamento e nem sorriem? Eles ainda são seres humanos, e nesse acaso adolescentes, apesar de já saberem que vão morrer em breve e que não tem nada que possam fazer, eles sabem que ficar se lamentando não vai ajudar em nada, então eles fazem piadas, se divertem na medida do possível, seja por eles serem assim, ou para aliviar um pouco a realidade deles. Graças a isso temos um filme bem divertido e, apesar dos pesares, bem jovem, com direito a celulares o tempo todo, mensagens de texto e e-mails... e até um certo desprezo em relação as cartas. As frases do John Green que conquistaram milhares estão lá, na integra - no caso da dublagem muito pouco diferente - e de um jeito que não parecem retirados de um livro, e ficam sem se encaixar - como em Crepúsculo "E o Leão de apaixonou pelo cordeiro". Acho que esse mérito deve ter sido do John Green que deixou tudo exatamente como ele imaginou.

Como eu decidi sair uma pouco do convencional ali a cima, deixem eu sair totalmente contando como foi a minha experiencia no cinema. Bem, o filme aqui na minha cidade estreou com uma semana de atraso, porque os "gênios" acharam que No Limite do Amanhã traria mais dinheiro, então trouxeram ele em vez de ACEDE... Não preciso nem dizer que não foi quase nenhuma viva alma no cinema, né? Enfim, por esse motivo poucas pessoas estavam cientes de que ACEDE iria chegar na data que chegou, que por acaso ainda era o dia do primeiro jogo da copa e dia dos namorados, ou seja, isso tudo reduziu o publico drasticamente e acabou indo só quem realmente tava louco para ver o filme. Apesar de não ter enchido o cinema, isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, o pessoal estava mais do pirado e animado. O cinema estava mais unido do que minha turma, a energia - como dizem - estava ótima, pessoal bateu palmas e gritou muito quando acharam que era o inicio da sessão (porém era só o inicio dos trailers ainda), e repetiram a doze na hora certa, tanto que muitos ficaram dizendo "ai meu Deus, começou!" e outros pediam silencio. No meio do filme tivemos pessoas oferecendo toalha para outras, rindo das "fungadas", respondendo o filme como na cena que o pai na Hazel bate na porta e o um respondeu "entra, tio". Isso são coisas que geralmente atrapalham o filme, mas que acabaram melhorando o astral da sessão.


Se você acha que porque leu o livro não vai se emocionar tanto, está enganado, eu chorei, teria chorado mais, o pessoal na saída estava limpando as lágrimas, fungando, vermelhos, soluçando e não eram alguns, eram quase todos, e eles tinham lido o livro. Teve o caso de um garoto que estava na fila a frente da minha e no antes de começar o filme ele estava falando que não sabia porque tava ali, que ele iria odiar o filme, perca de tempo, se pelo menos ele tivesse uma namorada para "ficar dando uns pega"... pois é, quando acenderam as luzes após o fim do filme ele estava vermelho e enxugando as lágrimas.

Os atores foram incríveis, perfeitos, super talentosos e se transformaram nos personagens. Eu me lembro que quando escolheram o Ansel eu não dava nada por ele, ele não parecia nem um pouco o Gus pra mim, mas no filme eu vi que não poderia ter sido ninguém além dele naquele papel, ele virou o Gus, com falas, expressões, gestos... ele virou o Gus perfeito, principalmente com aquele cigarro na boca! John, desculpe-nos por criticar a sua escolha, ela foi perfeita. A Shailene tem muito talento, todos amam ela, eu tenho uma certa implicância porque achava que eu iria me lembrar o tempo todo dela na serie que ela fazia durante o filme, mas não me lembrei nenhuma vez, ela virou a Hazel mesmo. O Nate/ Isaac foi um personagem que apareceu poucas vezes, mas as vezes que apareceu foram suficientes para tornar ele um dos grandes destaques do filme, eu ri muito com ele e vi que ele é muito talentoso também. O ultimo que eu quero citar aqui é o Peter Van Houten... eu odeio esse cara, ele é um idiota, e apesar de já saber tudo o que ele falava o ator conseguiu me chocar de novo com as palavras ao verem elas sendo proferidas; parabéns, Willem , você é um dos poucos atores que tem o dom de ser odiado pelo publico... vejo isso em você desde Homem-Aranha.

Outra coisa que eu quero citar antes de terminar é a trilha sonora, como cada musica tem a ver com o livro e com a história, como vendo a tradução cada uma te leva a pensar em um momento da história. Ela ficou perfeita, e uma das musicas ficou grudada na minha cabeça depois do filme.

Esse filme fala de câncer, mas não é um filme sobre a morte. É um filme sobre a vida. Okay?