sexta-feira, 9 de maio de 2014

Resenha: A Seleção - Kiera Cass

Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

Avaliação: ☻☻☻☻☺ (4/5)           368 Páginas              Seguinte


Antes de começar essa resenha quero deixar algo bem claro: Eu odeio triângulos amorosos e distopias que o foco principal é o romance, mas Amo esse livro!

Em Iléa o povo é divido em 8 castas e America faz parte da casta cinco, os artistas, porém namora escondido Aspen, um garoto da casta 6 e ambos já têm planos para se casar, até chegar a Seleção. Na Seleção cada garota, com a idade considerada adequada, recebe uma inscrição para, se quiser, fazer parte da Seleção e possivelmente no futuro se tornar a princesa e mulher do príncipe Maxon. América não quer nem saber disso, mas Aspen se julga não ser o suficiente para ela e termina com ela para fazê-la participar disso.


Antes de começar essa resenha que dizer mais uma coisa, de novo, eu já li toda a triologia - sim, A Escolha também - e vou tentar ao máximo não passar nenhuma impressão ou descoberta que fiz nos livros seguintes.

O foco principal do livro é o triangulo amoroso, que como eu já mencionei a cima eu costumo desprezar, entre Aspen, America e Maxon. Bem, este triangulo parte do principio de que América gosta de Aspen e só foi para a Seleção porque ele terminou com ela, e chegando lá descobriu que o príncipe Maxon não é tão ruim quanto ela pensava. A partir daí começa a se desenrolar uma história tão leve e rápia quanto água saindo da torneira e passando pelos nossos dedos, sem brincadeira, a narrativa da Kiera é tão leve que fluida que quando você vê pouco tempo depois de começar a ler já está em 30% do livro - sim, eu li no Kindle - e ao final da noite já terminou, pois além de ser o que eu já falei a narrativa e o enredo consegue nos prender de uma maneira incrível.

Devido ao triangulo amoroso cria-se automaticamente uma questão Maxon x Aspen que nos faz pesar os prós de cada um, apesar de o nosso coração já bater forte o suficiente por um deles. Aspen é o garoto pobre que amava América sendo um cinco e não tendo nada, oferecia sempre o melhor que podia a ela e terminou com ela para que ela pudesse ter a chance de ter uma vida melhor. Maxon é o príncipe, sonho de qualquer garota que queira um conto de fadas ou só alguém lindo por dentro e por fora, que não aceita injustiças e que não tem o coração nem um pouco frio, que apesar de parecer pomposo na TV só quer ser uma pessoa normal, mas que aceita as suas responsabilidades e as cumpre, e que apesar do que todos pensam não teve uma vida tão perfeita assim. Pelo tamanho da minha descrição já deu para notar por quem eu torço, né? 

Iléa, o antigo Estados Unidos da China que por sua vez é o antigo Estados Unidos - o nosso - , surgiu depois da 4 Guerra Mundial, quando foi fundada um monarquia e dividido o povo em oito castas, cada uma representando um tipo de profissão que você terá que exercer se nascer nessa casta, por exemplo, a casta cinco - a da America - é a casta dos artistas, então se você nascer nela você terá que exercer alguma arte como profissão; se você nascer na casta seis será uma especie de ajudante; se nascer na Um será da nobreza; na oito será um mendigo - espero que esta informação seja desse livro - e é aí que vem o defeito que mais me incomodou nesse livro, são só essas castas que são explicadas, o livro não explica bem a distopia, nem se preocupa em nos apresentar direito a sua sociedade. Eu intendo que o foco principal do livro é o romance, e que a distopia está só completando, mas por mais que ela não seja o foco ela merece ser explicada melhor.

No inicio do livro eu fiquei com uma sensação de já ter visto aquilo em algum lugar, mas não daquele jeito e depois de muito quebrar a cabeça - desculpem a minha lerdeza - descobri que era Jogos Vorazes que o livro estava me lembrando. Realmente, para quem ler, é impossível não notar as semelhanças entre os dois e suas diferenças - que são muitas, afinal, apesar de parecidos são bastantes diferentes. Em A Seleção temos as castas que nos lembram bastante os distritos de Jogos Vorazes, inclusive por quanto mais alto o número mais pobre é a casta/distrito; a presença de um reality show em ambos, apesar de um ser um mata mata até só um sobrar vivo no final e em outro serem 35 garotas e só uma ficar com a coroa no final; e a fome que os protagonistas e suas famílias passam.

A trilogia teria uma série na CW, porém parece que o Piloto não foi aprovado e não entrou na grade de 2013. O livro seguinte é A Elite e ao terminar o primeiro fiquei com o coração na boca e ansiosa para começar esse segundo, morrendo de medo de a America não escolher quem eu queria, afinal é o de menos chance.

"As pessoas nunca sabem se interpretam o silencio como confiança ou medo. Elas olham como se você fosse um inseto para que talvez sinta se como se fosse."

“Nem todas as garotas querem ser princesas.”