segunda-feira, 10 de março de 2014

Resenha: Azar o Seu! - Carol Sabar

Parada num engarrafamento no Rio de Janeiro, Bia está pensando em sua vida azarada. O motorista do carro ao lado, tenta se comunicar com ela, mas Bia não o reconhece. Então, ele sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles se jogam lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência, sem perceber que é ele próprio que está ali, ouvindo a inesperada declaração de amor! Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver, dia após dia. Guga, sem coragem de assumir sua verdadeira identidade, e Bia, feliz consigo mesma por finalmente estar se apaixonando por alguém que não é Guga. Nunca uma maré de azar foi tão engraçada!

Avaliação: ☻☻☻☻☺ (4/5)              368 Paginas               Jangada 

Esse livro simplesmente nos mata de rir, só pelas situações em que a Bia se mete. Terminei de ler a dois dias a trás e só digo uma coisa: Quero mais Guga na minha vida!

A Bia é uma garota muito azarada, mas muito mesmo, ela perdeu o emprego dela por armação de garota com quem ela dividia a casa, por isso acabou perdendo quase tudo o que tinha e teve que voltar a morar com o pai em Juiz de Fora. Ela está totalmente sem auto-estima, está se achando um lixo, ao ponto de ficar com o primo de 2º grau no enterro da madrasta dele, e isso só deixou ela ainda pior... sem comentar o fato de que ela nunca esqueceu o Guga, irmão da ex-melhor amiga dela que ela gostava quando era adolescente - não só quando era adolescente, até hoje, 10 anos depois da ultima vez que viu ele.


Como eu já disse ali em cima, esse livro é muito engraçado, a ponto de não dar pra gente segurar a risada, mas também não é nada de gargalhar. A Bia, é uma protagonista que se acha sem graça, não gosta de quem é, com uma baixíssima auto-estima, desastrada e burra - burrinha... não, ela é burra mesmo! - que eu costumo simplesmente odiar, mas nesse livro eu acabei gostando, porque ela é hilaria, e também não fica se lamentando o livro todo, ok, tem muitas partes que ela reclama, mas tem mais partes em que ela não reclama, e nas que ela reclama, ela ainda é engraçada. Devo frisar que esse livro é um chick-lit e protagonistas de chick-lits geralmente são assim, só não falam tanto disso durante o livro. A Bia, por ser tão desastrada e burrinha, acaba se metendo em situações constrangedoras e em momentos que eu tive vontade de dizer "sua porta! Como você não vê que é ele!".

Por outro lado, nós temos o Guga, o irmão da ex-melhor amiga dela que foi estudar música em Londres a dez anos atrás e desde então ela nunca mais viu ele, ou sequer teve qualquer noticia dele - principalmente depois de brigar com a amiga - até que um dia ela fica presa em congestionamento a caminho de Juiz de Fora, ainda no Rio de Janeiro, e acaba com o carro parado ao lado do carro dele, só que ele está tão diferente - e lindo! - que ela não o reconhece, e quando ele vai se explicar e dizer "Oi, Bia! Sou eu, o Guga!", acabam acontecendo uma série de coisas que o impede e depois ele acaba ficando sem saber se deve dizer, até meio constrangido, e não conta. Esse Guga é um convencido, metido, que sabe bem que é lindo e que a Bia gosta dele, e fica solta mentirinhas o tempo todo, para convencer a Bia, mas se tem algo que também é obvio o tempo todo é que ele também gosta muito dela, a ponto de fazer coisas extremamente fofas o tempo todo. O romance dele com a Bia, também é um dos mais fofos que eu já vi em algum livro, a história deles é muito fofa e linda... e forte.

Enquanto li esse livro eu marquei diálogos e diálogos do casal principal, além de muitos momentos constrangedores e frases engraçadas da Bia. Tudo isso graças ao talento de Carol Sabar, a escritora desse livro, e a primeira escritora brasileira que eu me joguei no livro assim que vi sem medo de ser feliz. Eu já tinha lido os primeiros capítulos de Como Quase Namorei Robert Pattinson na época da divulgação, e quando eu vi o livro dela eu me lembrei de como eu ri só nessa "amostra grátis", me joguei e fui recompensada com uma leitura gostosa que me fazia querer voltar para o livro e expressões hilarias que só poderiam sair de uma brasileira.

Outro coisa que eu gostei bastante no romance desse livro foi que ele tem - como a maioria dos romances de hoje em dia - cenas de sexo, e fala sobre isso, mas fala de um jeito e cena é descrita de um jeito que não fica pesado, nem muito "acordei na cama dele de manhã", tem um equilíbrio, o equilíbrio que deveria ter em muitos livros por ai, o equilíbrio que não transforma esse livro em "adulto" e continua próprio pra adolescentes... eu amo esse equilíbrio!

A relação que leva esse livro pra um lado mais serio, é a da Bia com a sua ex-amiga Raíssa que acaba nos mostrando que perder amizades por ter falado uma merd* e depois ficado com orgulho de ir atrás é uma grande burrice, e que existem amizades verdadeiras. Também tem a relação da Bia com a Mãe e ela representar tudo o que a Bia jamais quer ser ou se tornar, o medo dela.

O final do livro foi bom, de deixar o leitor com o coração na boca, mas merecido. Recomendo esse livro pra quem gosta de um bom chick-lit.