quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Resenha: Feita de Fumaça e Osso - Laini Taylor

Pelos quatro cantos da Terra, marcas de mãos negras aparecem nas portas das casas, gravadas a fogo por seres alados que surgem de uma fenda no céu.
Em uma loja sombria e empoeirada, o estoque de dentes de um demônio está perigosamente baixo.
E, nas tumultuadas ruas de Praga, uma jovem estudante de arte está prestes a se envolver em uma guerra de outro mundo.
O nome dela é Karou. Seus cadernos de desenho são repletos de monstros que podem ou não ser reais; ela desaparece e ressurge do nada, despachada em enigmáticas missões; fala diversas línguas, nem todas humanas, e seu cabelo azul nasce exatamente dessa cor. Quem ela é de verdade? A pergunta a persegue, e o caminho até a resposta começa no olhar abrasador de um completo estranho.

Eu li esse livro pela primeira vez em Dezembro do ano passado, e me encantei. No final só conseguia querer o próximo livro. E agora relendo ele não foi muito diferente, mesmo sabendo tudo o que iria acontecer não consegui largar e fiquei com o gostinho de quero mais, mas não pelo segundo que li a alguns dias, mas sim pelo terceiro.

Era uma vez,
um anjo e um demônio que se apaixonaram.
A história não acabou nada bem.

Karou é uma garota de cabelo azul que realiza tarefas nada comuns para Brimstone, uma quimera que a criou, não que isso a incomode, afinal são sua família. A unica coisa que a perturba são as suas duvidas não serem respondidas, a a principal delas é como ela foi ficar, ainda bebê, aos cuidados de Brimstone?

No inicio desse livro, quando fui ler pela primeira vez, não quis ler, achei que ia ser meio chato e não me lembrava o motivo por ter ele, então acabei tendo que me forçar, mas isso foi só na primeira pagina porque logo em seguida já fui inserida no ritmo do livro, em sua leitura lenta e prazerosa como um rio que em sua nascente é lento, mas vai pegando a correnteza pelo caminho e logo se torna forte e rápido. Ele demora um pouco a começar acontecer o que será importante pro desenvolvimento, para o final, mas quando você vai se perguntar "e dai?" ou "qual o objetivo?" começa e você esquece isso. E esse inicio já serve para te encantar e fazer você ter as mesmas perguntas que a protagonista.

Mesmo sabendo tudo o que iria acontecer na releitura do livro, eu ainda não queria largar quando pegava o livro, a leitura fluiu mais depressa e como eu queria que ele durasse mais tempo acabei tendo que racionar as páginas e me controlar, até eu estar pronta para dar um "até o próximo livro" para o Akiva.


A Laini foi incrível na hora de escrever esse livro, e todo o universo criado por ela é fantástico, e apesar de não gostar de leituras ou filmes desse tipo eu acabei me apaixonando. Mas como nem tudo são flores, acabei notando que ela coloca pensamentos no meio descrição de um momento em que você está completamente envolvida pelo sentimento os personagens e, graças a esse pensamento colocado no meio, você acaba perdendo um pouco da "emoção" ou do embalo.

A Karou não é nenhuma evolução de personagem, mas vale a pena ser destacada por não ser tão certa, não ser tão politicamente correta, ela é uma "pessoa" boa que não se importa em fazer com que a sobrancelha da garota que dá em cima do namorado dela fique enorme, ou seja, tem seus momentos de deslizes como todo ser humano. Ela também não é nenhuma donzela indefesa, ela sabe muito bem se virar sozinha, e também não tem essa de donzela com ela. O Akiva é um clássico mocinho, fofo, lindo, apaixonado e apaixonante, mas como eu já disse nem tudo são flores.

O cenário do livro é o mundo incrível criado pela escritora, em parte, e Praga na Republica Tcheca. Eu nunca tinha pensado muito em Praga, pra mim ela era só mais uma cidade no mapa, mas a forma que a escritora descreveu - talvez por isso o livro seja um pouco lento no inicio - fez com que eu me sentisse lá e pensasse como seria bom visitar e até morar lá, andar por aquelas ruas, becos, ver o por-do-sol, comer a comida deles, andar com um café na mão pelas ruas. A Laini acabou adicionando Praga aos locais que um dia eu quero ir.

A capa é muito bonita, sou apaixonada por ela, e realmente fiquei feliz pela Intrínseca manter essa capa ao invés de pegar alguma outra de outro país ou fazer outra ela mesma.

O final pode ser descoberto por uns antes, e para outros pode ser uma total surpresa. Na minha cabeça começava a se formular teorias que beiravam o final, mas sem saber exatamente os outros "segredos" do livro era meio difícil de descobrir.

Trechos:
"A esperança pode ser uma força poderosa. Talvez não haja magia real nele, mas, quando você sabe o que mais deseja e mantém isso aceso como uma chama dentro de si, pode fazer as coisas acontecerem, quase como mágica."

"- E você? Seus pais se amavam?

- Não - disse ele, e não deu explicação nenhuma - Mas espero que os pais dos meus filhos se amem." 

"Ela entendia agora porque a dor era o dizimo da magia: ela era maior do que a alegria. Do que qualquer cosia." 

Avaliação: 
☺☺☺☺☺(5/5).

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