domingo, 22 de setembro de 2013

Resenha: Cidades de Papel - John Green

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. 
Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.
Eu estou em uma missão de ler todos os livros do John Green, então logo que vi que esse livro seria publicado pela Intrinseca já quis ler ele sem sequer ler a sinopse. O que foi uma escolha sabia, já que após a leitura - na realidade agora para colocar no post - eu li a sinopse e considerei com spoilers.

O livro fala sobre Quentin -Q- Jacobsen e sua paixão "platônica" por Margo Spiegelman, que ao longo do mesmo vai descobrindo que ela não era exatamente como ele imaginava. O modo como isso se dá? Não posso falar são spoilers! - haha. Mas a premissa da historia é que Margo bate na janela de Quentin durante uma noite, e o convida para uma "aventura" que durará - a primeira parte do livro toda - somente até a hora de ir para a escola na manhã seguinte. Q após a aventura - segunda parte do livro - acha que talvez as coisas mudem entre ele e Margo, e elas mudam, mas não é bem do jeito que ele achava não e é ai que ele começa a procurar pistas.

O livro é estruturado em 3 partes, as quais é obvio que eu não posso falar. Ele fala sobre cidades de papel também, que é um jeito que as gráficas achavam de saber se seu mapa estava ou não sendo copiado, colocando uma cidade que não existia nele. Uma vez o autor acabou "achando" uma em um mapa, e como não sabia que era falsa tentou acha-la durante a viagem, quando descobriu que era uma cidade de papel acabou ficando tão sismado que quis escrever um livro sobre.

Nesse livro conseguimos realmente notar que ele foi escrito antes de A Culpa é das Estrelas, porque até o jeito do John Green escrever é meio diferente, algo que eu já tinha notado na leitura de O Teorema de Katherine. Dá pra notar já a essência dele nesse livro, dá pra notar o que ele queria, mostrar como é uma paixão platônica, e conseguiu, só que de um jeito meio superficial.

Quando vou ler um livro de John Green, eu leio ele esperando não uma historia que te faça querer ler e ler para saber o que vai acontecer, mas uma leitura que me faça sentir que me tornou algo melhor, que faça eu sentir que ela não é só mais livro que não vai mudar nada. Eu espero o tipo de livro que te faça refletir, mesmo sem saber que está refletindo.

Ao se ler você não deve esperar um livro do tipo de A Culpa é das Estrelas, porque não é. E uma das minhas coisas favoritas no Green é que ele é versátil, afinal quantas pessoas conseguem escrever um livro igual à Culpa é das Estrelas, e também uma comédia com nerds cheia de matemática e um mistério fofo sobre paixão platônica?

Chega de falar de Green e vamos falar da narração propriamente dita, do que o livro é cheio, mas você não nota, porque a narração de John Green é música para nossos ouvidos cansados. Frases boas que nos fazem querer marcar -meu ebook ficou cheio de marcações -  existem nesse livro. E as frases nos fazem pensar se a nossa volta isso não acontece, e como estamos nós mesmos.

A trama é fofa e os personagens são pessoas com prós e contras, e claro temos os palhaços amigos do mocinho neste livro.

Livro recomendado para quem gostou de O Teorema de Katherine ou procura um livro de misterio que não é policial e nem suspense.

Frase:
"É como se cada um tivesse começado com um navio inteiramente a prova d'agua. Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através da rachadura deles."

"Eu olhava pra baixo e pensava que eu era feita de papel. Eu é que era um pessoa frágil e dobrável, e não os outros. E o lance é o seguinte: as pessoas adoram a ideia de uma menina de papel. E o pior é que eu também adorava" 

"Coisa mais traiçoeira é acreditar que uma pessoas é mais do que uma pessoa "

Avaliação:
☺☺☺ (3/5)

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