sábado, 28 de setembro de 2013

Resenha: Dias de Sangue e Estrelas - Laini Taylor

Atenção: Pode conter spoileirs do enredo de Feita de Fumaça e Osso

Karou, uma estudante de artes plásticas e aprendiz de um monstro, por fim encontrou as respostas que sempre buscou. Agora ela sabe quem é — e o que é. Mas, com isso, também descobriu algo que, se fosse possível, ela faria de tudo para mudar: tempos atrás Karou se apaixonou pelo inimigo, que a traiu, e por sua culpa o mundo inteiro foi punido. 

 Na deslumbrante sequência de Feita de fumaça e osso, ela terá que decidir até onde está disposta a ir para vingar seu povo. Dias de sangue e estrelas mostra Karou e Akiva em lados opostos de uma guerra ancestral. Enquanto os quimeras, com a ajuda da garota de cabelo azul, criam um exército de monstros em uma terra distante e desértica, Akiva trava outro tipo de batalha: uma batalha por redenção... por esperança. 

 Mas restará alguma esperança no mundo destruído pelos dois?
Eu estava completamente louca para ler esse livro desde que terminei Feita de Fumaça e Osso ano passado, e continuo com essa loucura, só que agora para ler o terceiro - sim, pra minha felicidade é uma trilogia - chamado Dreams of Gods e Monsters (sonhos de deuses e monstros, em tradução livre).

Eu estou surtada por esse livro, apaixonada pela serie desde o primeiro, e quando eu estou assim eu fico meio cega para o livro, então me perdoem se eu não julgar com a severidade que merece. Como diz o próprio Akiva "Para você nada de dor, só prazer".

No final de Feita de Fumaça e Osso, Karou recuperou a sua "memoria" e se lembrou de toda a sua historia com o Akiva dezoito anos antes, em Eretz, quando ela ainda tinha seu corpo quimera e ele ainda não tinha tantas marcas de tinta negra na mão - Falei bonito kkk'. E o Akiva acabou contando pra ela que ele tinha matado o Brimstone, ou pelo menos dado as circunstancias para matarem ele, e que também tinha muito mais marcas agora em seus dedos do que antes. Isso tudo fez Karou querer achar um portal para Ertez, um que não tivesse sido queimado, e ajudar o seu povo contra os Anjos.

Nesse livro ela achou eles e está realizando o trabalho que era de Brimstone com a ajuda do Lobo Branco - sim, bem ele... o mesmo que matou ela. E o Akiva está no meio dos outros anjos tentando ajudar os Quimeras como pode, e está vivendo só pra tentar, nem que seja de um forma bem inferior, realizar o sonho que ele e Karou sonharam a tanto tempo atrás.

Karou não quer nem ver o Akiva na frente dela, e é obvio o porquê, qualquer um no lugar dela sentiria o mesmo, mas ela não vê que tudo o que o Akiva fez foi por causa dela? Ela salvou a vida dele uma vez, em um campo de batalha, e ele se apaixonou por ela, eles viraram amantes, sonharam com um mundo onde anjos e quimeras não se matavam, foram achados, ela foi morta com o Akiva sendo obrigado a ver tudo, ele conseguiu fugir, e virou o Ruina das Feras para se vingar do que fizeram com ela. Mas não, ela não vê isso - claro, porque quem ta dentro não enxerga a situação como quem ta de fora - ela prefere se aliar ao Lobo Branco que matou ela! Ai vocês dizem "mas o Akiva matou a "família" dela" e é verdade, e é justamente isso que dificulta tudo e faz eu dar um pouco de razão para a Karou.

Minhas reações enquanto eu lia esse livro foram desesperadas, teve momentos que eu levantava da cadeira pra dar uma volta no quarto e voltava a ler, em outros eu xingava, e por ai vai... eu não conseguia me controlar, eu estava bem inserida dentro do mundo do livro.

Algo que eu não pude deixar de notar, mesmo estado cega pelo livro, foi que o jeito que a escritora escreveu esse livro ou do jeito que ele foi traduzido pro português, acabou deixando as coisas meio confusas algumas vezes.

O Lobo Branco me deu nojo do inicio até o "fim" - dele - no livro, eu já não ia com a cara dele e ele ainda me dava ânsia com o jeito que ele era falso, era tão obvio para o leitor e até pra própria Karou que eu não sei como ela ainda confiou no que ele dizia. A Karou está mais burra nesse livro, pelo menos no inicio dele, e sem ação, até um ponto, mas depois volta a ser a Karou de antes, em parte. E mesmo estando desse jeito consegue dar uns cortes memoráveis e algumas tiradas que só ela mesmo poderia fazer. O Akiva, como eu já falei, está acabado nesse livro por causa da Karou, mas não deixa transparecer para os outros anjos, só para os irmãos um pouco. Claro, não posso deixar de mencionar que ele continua fofo e lindo e apaixonado por ela.

Nesse livro também deu pra saber mais da Zuzana e do seu namorado, que também são muito fofos, mas teve momentos que eu queria amordaçar a Zuzana para ela parar de falar aquilo ali.

Teve um momento nesse livro que eu me desesperei, eu quis vomitar e eu pensei o tempo todo "não, a Laini não vai deixar... droga, ela vai! Não, não vai, vai?". Eu quis cravar as minhas unhas na cara do Lobo Branco e puxar, arranhar, tirar a pele, estragar todo o rosto dele.

Sobre o final do livro eu só digo que quando você pensa que acabou, e já ta quase chorando -ok, exagerei! - pelo o que a Karou falou, da uma "virada" e ai uma chama se acende no seu coração de novo e você vê que realmente ainda não acabou e você quer o próximo livro.

Sobre a capa, ela é linda, assim como a primeira, mas ainda prefiro a primeira, mas amo essa também.

O próximo livro da serie, como eu já falei, se chama Dreams of Gods e Monsters e será lançado nos EUA em Abril de 2014. E até lá, eu estou pensando seriamente em reler Feita de Fumaça e Osso.

Frase:
"Eu perdi minha alma"

"Ah, cuidado para não tropeçar no corpo ai no chão" 

A frase abaixo contém Spoiler.

"Isso ainda acaba com você, não é? Eu ter escolhido o Akiva em vez de você? Quer saber de uma coisa? Você nunca foi uma opção."

Avaliação:
☺☺☺☺☺ (5/5)

domingo, 22 de setembro de 2013

Resenha: Cidades de Papel - John Green

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. 
Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.
Eu estou em uma missão de ler todos os livros do John Green, então logo que vi que esse livro seria publicado pela Intrinseca já quis ler ele sem sequer ler a sinopse. O que foi uma escolha sabia, já que após a leitura - na realidade agora para colocar no post - eu li a sinopse e considerei com spoilers.

O livro fala sobre Quentin -Q- Jacobsen e sua paixão "platônica" por Margo Spiegelman, que ao longo do mesmo vai descobrindo que ela não era exatamente como ele imaginava. O modo como isso se dá? Não posso falar são spoilers! - haha. Mas a premissa da historia é que Margo bate na janela de Quentin durante uma noite, e o convida para uma "aventura" que durará - a primeira parte do livro toda - somente até a hora de ir para a escola na manhã seguinte. Q após a aventura - segunda parte do livro - acha que talvez as coisas mudem entre ele e Margo, e elas mudam, mas não é bem do jeito que ele achava não e é ai que ele começa a procurar pistas.

O livro é estruturado em 3 partes, as quais é obvio que eu não posso falar. Ele fala sobre cidades de papel também, que é um jeito que as gráficas achavam de saber se seu mapa estava ou não sendo copiado, colocando uma cidade que não existia nele. Uma vez o autor acabou "achando" uma em um mapa, e como não sabia que era falsa tentou acha-la durante a viagem, quando descobriu que era uma cidade de papel acabou ficando tão sismado que quis escrever um livro sobre.

Nesse livro conseguimos realmente notar que ele foi escrito antes de A Culpa é das Estrelas, porque até o jeito do John Green escrever é meio diferente, algo que eu já tinha notado na leitura de O Teorema de Katherine. Dá pra notar já a essência dele nesse livro, dá pra notar o que ele queria, mostrar como é uma paixão platônica, e conseguiu, só que de um jeito meio superficial.

Quando vou ler um livro de John Green, eu leio ele esperando não uma historia que te faça querer ler e ler para saber o que vai acontecer, mas uma leitura que me faça sentir que me tornou algo melhor, que faça eu sentir que ela não é só mais livro que não vai mudar nada. Eu espero o tipo de livro que te faça refletir, mesmo sem saber que está refletindo.

Ao se ler você não deve esperar um livro do tipo de A Culpa é das Estrelas, porque não é. E uma das minhas coisas favoritas no Green é que ele é versátil, afinal quantas pessoas conseguem escrever um livro igual à Culpa é das Estrelas, e também uma comédia com nerds cheia de matemática e um mistério fofo sobre paixão platônica?

Chega de falar de Green e vamos falar da narração propriamente dita, do que o livro é cheio, mas você não nota, porque a narração de John Green é música para nossos ouvidos cansados. Frases boas que nos fazem querer marcar -meu ebook ficou cheio de marcações -  existem nesse livro. E as frases nos fazem pensar se a nossa volta isso não acontece, e como estamos nós mesmos.

A trama é fofa e os personagens são pessoas com prós e contras, e claro temos os palhaços amigos do mocinho neste livro.

Livro recomendado para quem gostou de O Teorema de Katherine ou procura um livro de misterio que não é policial e nem suspense.

Frase:
"É como se cada um tivesse começado com um navio inteiramente a prova d'agua. Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através da rachadura deles."

"Eu olhava pra baixo e pensava que eu era feita de papel. Eu é que era um pessoa frágil e dobrável, e não os outros. E o lance é o seguinte: as pessoas adoram a ideia de uma menina de papel. E o pior é que eu também adorava" 

"Coisa mais traiçoeira é acreditar que uma pessoas é mais do que uma pessoa "

Avaliação:
☺☺☺ (3/5)